Mina australiana reaproveita rejeito de minério de ferro de baixo teor e gera produto com até 65%

por Instituto Minere em 04/May/2018
Mina australiana reaproveita rejeito de minério de ferro de baixo teor e gera produto com até 65%

Uma grande mineradora australiana acumulou grandes pilhas de rejeitos oriundos da operação com minério de ferro ao longo de mais de sete décadas. Seguindo a tendência atual de otimização do uso dos recursos naturais, tendo como premissas a sustentabilidade de todo o processo e o melhor aproveitamento do material do ponto de vista econômico, a mineradora optou por utilizar uma tecnologia que permite o reaproveitamento de 17 milhões de toneladas de minério de ferro de baixo teor, até então descartados.

A CDE Global foi contratada em regime turn-key e iniciou o projeto em 2015, que permite o reaproveitamento desses depósitos de minério de ferro com teores de 38% a 42% (abaixo do limite de viabilidade para beneficiamento), e gera um produto final com no mínimo 60%, mas podendo atingir até 65% de teor de ferro, e com recuperação mássica total entre 45% e 65%, dependendo do material de entrada e dos teores atingidos.

O projeto foi desenvolvido internamente na base da CDE Global, na Irlanda do Norte, e contou com uma equipe de engenheiros trabalhando diretamente com o cliente desde a fase inicial de pré-vendas até a entrega e comissionamento no campo. Luiz Herrmann, brasileiro e engenheiro da CDE Global, líder do comissionamento do projeto, conta com orgulho a experiência em terras australianas: “O cliente ficou impressionado quando a planta chegou pré-montada nos containers e previamente testada na nossa fábrica na Irlanda. Em 26 semanas já estávamos operando com material e atingindo resultados acima do esperado”.

Aggmax da CDE Global operando em mina de ferro australiana e equipe responsável pelo comissionamento

O processo utiliza lavagem a úmido, atrição e separação por densidade com equipamentos da linha modular da CDE Global, reduzindo ao mínimo os níveis de sílica e alumina das pilhas, que combinado ao efeito da redução dos contaminantes, proporciona um produto final de alta qualidade. O processo de atrição é feito pelo AggMax, um logwasher compacto que a empresa já tem em operação em vários países para diferentes aplicações onde é necessário melhorar a concentração de um minério ou eliminar impurezas e finos.

O sistema Aggmax é parte integrada de uma planta que conta com um modulo de lavagem, separação, hidrociclonagem e desaguamento, chamado série M, que posteriormente e adicionado a espirais, jigs e transportadoras, formando uma solução turn-key completa, compacta, totalmente elétrica e de baixofootprint, segundo a empresa.

A planta conta ainda com um sistema de concentração de lodos e reaproveita 90% da água utilizada pelo sistema de via úmida, através de um circuito fechado com o equipamento AquaCycle, que nessa região seca da Austrália é um grande diferencial de redução de custos de operação.

Herrmann visitou várias mineradoras no Brasil e acredita no grande potencial para uso dessa solução por aqui. “A atividade da mineração no Brasil passa por um período de mudança, inclusive do eixo tradicional de produção do Sudeste para novas áreas ao Norte, de menor custo operacional.  O aumento da vida útil dessas minas antigas com o aproveitamento de depósitos antes considerados “rejeitos”, traz inclusive um benefício socioeconômico para áreas tradicionais de mineração, pois permite a continuidade das operações de forma sustentável com teores mais baixos. O mercado começou a visualizar essa oportunidade, e a CDE está pronta para apresentar opções turn-key já testadas lá fora”, destaca Herrmann.

No mesmo conceito de aproveitamento de antigas pilhas de rejeito, a CDE Global coloca também em operação este ano a primeira planta para reprocessamento de material em uma mina de ouro na África. A planta de 300 tph de capacidade ainda vai gerar areia como um subproduto da separação do rejeito e a mesma será vendida pela mina para o mercado de construção local.

América Latina

A CDE chegou ao Brasil em 2011 e tem escritórios em Belo Horizonte e São Paulo. Atualmente, possui três plantas em funcionamento na área de empilhamento a seco de finos, eliminando o uso de barragens, e um AggMax em uma mineradora de ferro, aumentando assim o rendimento no alto-forno da usina ligada a mesma. Na América Latina são 28 plantas em operação. “Este ano tem sido bem positivo para as operações na América Latina, com projetos em países como Brasil, Argentina, México e Equador, e estamos otimistas com a recuperação das commodities, que certamente irá viabilizar novos investimentos ”, afirma Bruno Paladino, responsável pelas operações da empresa na América Latina.

A empresa obteve em 2017 seu melhor resultado, quando fechou seis novos projetos na América Latina. Em dezembro, no setor de mineração, um importante marco para a CDE foi o fechamento de um projeto de tratamento de resíduos de ouro na Colômbia, demonstrando o destaque da nova tecnologia da empresa em projetos de mineração sustentável

Entre os principais resultados, no setor de areia industrial e agregados, destaque para os primeiros EvoWash (plantas compactas de lavagem de 50 a 250 tph) comercializados para a Argentina e o México, visando atender o mercado local de areia de construção. Outro resultado positivo obtido no período foi a primeira planta para produção de areia de fraturamento hidráulico, conhecida como “fracking sand”, para a indústria de petróleo, que tem rigorosas especificações de pureza, granulometria, esfericidade e arredondamento. Destaque ainda para uma planta fornecida na modalidade turn-key de 250 tph para o também exigente mercado de filtros e vidro, incorporando novas tecnologias em peneiramento de material superfino, células de atrição e espirais além de novos hidrociclones.

Fonte: Conexão Mineral

Instituto Minere

Somos uma escola especializada em desenvolvimento profissional e tecnológico. Aqui você vai poder aprender com quem é referência e com foco no uso prático das ferramentas de suporte à mineração, geologia, meio ambiente, geotecnia e barragens. Estamos aqui para mudar o panorama do ensino profissional no Brasil.

Deixe seu Comentário

Você também pode se interessar

© Instituto Minere

by nerit