Areia: um dos recursos minerais mais valiosos do mundo

Para dar conta do rápido crescimento urbano e de tantas outras aplicações, a mineração de areia em várias regiões do mundo vem numa velocidade maior do que sua capacidade de renovação, resultando em profundos impactos ambientais e numa corrida ilegal pelos grãos que valem ouro em pelo menos 70 países, entre eles o Brasil. A situação ainda é ignorada pela maioria dos gestores, mas já chama a atenção de cientistas e da ONU.

São 40 bilhões de toneladas de areia e cascalho que desparecem do ambiente natural por ano, segundo estimativas conservadoras de um relatório publicado este ano pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O Brasil, junto de outros quatro países (China, Índia, EUA e Turquia), está entre os principais produtores de cimento do mundo (70%) e, consequentemente, entre os grandes mineradores de areia, já que 80% dela vão parar em obras.

Para se ter ideia, um quilômetro de rodovia requer 30 mil toneladas de areia. Uma quantidade tão grande de material não poderia ser removida sem impactos, e o processo de extração do recurso deve ser realizado com planejamento e obedecendo às rigorosas regras do licenciamento ambiental para mineração vigentes. (Baixe o ebook com a legislação completa aqui.)

— Qualquer mineração é impactante — resume Decio Tubbs, professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e diretor do Comitê de Bacias do Rio Guandu (principal fonte de água do Grande Rio). — O que se pode fazer é buscar reduzir esse impacto, coibindo as extrações ilegais, incentivando a reciclagem e fazendo o manejo da área, durante e após a exploração.

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