Afinal, o que é Geometalurgia?

por Instituto Minere em 11/Aug/2023
Afinal, o que é Geometalurgia?

Geometalurgia é um termo usado para descrever uma metodologia relativamente nova empregada no planejamento de empreendimentos mineiros. Pode-se dizer que a geometalurgia é uma prática do século 21, com um grande número de publicações sobre o tema surgindo logo após a virada deste século.

A geometalurgia abrange diversas áreas do conhecimento que, combinadas, podem ser aplicadas para otimizar o planejamento de lavra com o objetivo de maximizar o lucro, reduzir os riscos envolvidos em projetos de mineração e melhorar o aproveitamento dos recursos minerais de uma jazida.

Há uma analogia com a “agricultura de precisão”, que é um moderno sistema de gestão agrícola baseado na variabilidade espacial (taxas de insumos diferentes, de acordo com a necessidade específica de cada subárea da lavoura) e temporal da unidade produtiva, visando a um maior retorno econômico, à sustentabilidade e à minimização do impacto ambiental. A geometalurgia pode ser vista como a “mineração de precisão”.

Na geometalurgia as diversas disciplinas relacionadas aos projetos de mineração são utilizadas de forma coerente, com as informações de cada etapa produtiva afetando as estratégias e decisões do processo como um todo. Para entender melhor a geometalurgia, é necessário comparar o sistema tradicional com o sistema geometalúrgico.

Geometalurgia: A mineração do século 21 

 

No sistema tradicional as informações produzidas a partir dos furos de sondagem são organizadas em blocos caracterizados por teor e densidade, além das informações espaciais. A geoestatística utiliza estas informações de forma a produzir um modelo de blocos mais acurado da jazida, no qual a confiabilidade do teor, por exemplo, de cada bloco é maior. Assim, a cubagem se torna mais acurada, bem como o planejamento da lavra. A economicidade do projeto, incluindo o fluxo de caixa, resulta apenas do teor corrigido de cada bloco e da sequência de lavra a ser utilizada. Para isso, assume-se uma capacidade constante da planta de processamento, assim como uma determinada recuperação e qualidade do produto.

No sistema geometalúrgico, outras informações pertinentes sobre o minério são incluídas no modelo de blocos. Para simplificar, vamos considerar somente duas variáveis adicionais, a tenacidade do bloco e a recuperação do mineral/metal de interesse em um processo de concentração. A tenacidade de um bloco pode ser medida a partir de índices de moabilidade, medidos em amostras de furos de sondagem.

O índice de moabilidade define ac apacidade ou taxa de alimentação que a planta pode atingir para cada bloco, ou seja, blocos mais tenazes são associados à uma capacidade menor de processamento e os mais friáveis, à uma capacidade maior. Esta informação por si só é muito útil na etapa de planejamento de lavra, já que o fluxo de caixa depende da capacidade de processamento de cada bloco. Porém, pode-se ir mais longe. Se, além da informação sobre a tenacidade, houver informações mineralógicas suficientes sobre o bloco, especialmente em relação à presença de minerais deletérios e à liberação dos minerais de interesse, estimativas mais acuradas relativas à recuperação esperada do processo de concentração são possíveis. Com isso, pode-se prever, com significativamente mais segurança, a capacidade de produção de concentrado relativa a cada bloco. 

As vantagens do sistema geometalúrgico são muitas e atraentes. As desvantagens são a maior complexidade do planejamento e a maior quantidade de informações requeridas sobre cada bloco. Por outro lado, existem ainda questões que necessitam de P,D&I no campo da geometalurgia. Por exemplo, como “krigar” índices de moabilidade? Sabe-se que a mistura de dois minérios com índice de moabilidade distintos não resulta em um índice de moabilidade ponderado pela massa ou volume de cada minério. 

Como realizar os diversos ensaios de caracterização com o mínimo de amostras, em um tempo razoável e com baixo custo? Alguns projetos incluem centenas e até milhares de amostras de furos de sonda. Importante também é o desenvolvimento de técnicas de planejamento de lavra que levem em conta estas informações e que produzam uma sequência de lavra otimizada para as jazidas. 

Fonte desta matéria: CETEM 

Já conhece o curso de Geometalurgia do Instituto Minere? 

O curso tem 12 horas, sendo 8 horas de conteúdo teórico e 4 horas de conteúdo prático. Durante as 8 horas de conteúdo teórico serão vistos toda a estrutura e sequência que um programa de geometalurgia deve ter. Você verá  aplicação da geometalurgia na conexão das áreas na mineração, integração das informações geológicas, de mina, metalúrgicas, econômicas, ambientais e sociais. 

Confira o conteúdo completo do curso clicando no banner abaixo e seja bem-vindo(a) à nova era da mineração. 

 

Instituto Minere

Somos uma escola especializada em desenvolvimento profissional e tecnológico. Aqui você vai poder aprender com quem é referência e com foco no uso prático das ferramentas de suporte à mineração, geologia, meio ambiente, geotecnia e barragens. Estamos aqui para mudar o panorama do ensino profissional no Brasil.

Deixe seu Comentário

Você também pode se interessar

© Instituto Minere

by nerit