Lipari projeta a Primeira Mina Subterrânea de Diamantes do Brasil

por Instituto Minere em 05/Jul/2023
Lipari projeta a Primeira Mina Subterrânea de Diamantes do Brasil

A Lipari, uma empresa de extração de diamantes, está prestes a fazer uma mudança histórica na indústria de diamantes do Brasil. Depois de operar a mina Braúna 3 a céu aberto no interior da Bahia por seis anos, a empresa está se preparando para estabelecer a primeira mina subterrânea de diamantes do país. Essa transição permitirá explorar áreas mais profundas e extensas, reduzindo os custos operacionais e garantindo a viabilidade econômica no longo prazo.

Até agora, a extração de diamantes no Brasil era feita em camadas superficiais, como leitos de rios ou escavações na terra. No entanto, a mina Braúna 3 da Lipari mudou isso ao extrair diamantes de um kimberlito, uma formação geológica subterrânea em forma de cone que traz diamantes das profundezas até a superfície. Os kimberlitos têm o potencial de concentrar mais diamantes do que as áreas de aluvião, tornando a mineração subterrânea uma opção mais atraente.

A mina a céu aberto da Lipari, localizada em Nordestina, já atingiu sua capacidade máxima de produção e uma profundidade de 250 metros, tornando-se uma das minas a céu aberto mais profundas do Brasil. Kenneth Johnson, um geólogo canadense que trabalha na empresa, explica que a mineração a céu aberto está chegando ao fim devido aos altos custos para continuar a escavar em profundidades maiores.

A transição para a mina subterrânea permitirá que a Lipari acesse áreas ainda não exploradas e estenda a vida útil da mina Braúna 3 por mais três ou quatro anos. Essa mudança é um evento importante na indústria de diamantes do Brasil, já que é a primeira vez, em três séculos de mineração, que o país terá uma mina subterrânea de grande escala.

Desde o início de suas operações, a Lipari se tornou o principal produtor de diamantes do Brasil. Enquanto a produção total nacional de diamantes era de cerca de 250 mil quilates por ano, a Lipari alcançou 230,9 quilates em 2017 e 204,8 quilates em 2018. Em 2021, a empresa produziu 134,9 quilates, enquanto a produção nacional foi de 143 quilates. A receita bruta da Lipari com a produção e exportação de diamantes ultrapassou US$ 200 milhões ao longo dos anos.

Investimento

Embora o Brasil não seja um dos principais produtores de diamantes em termos de volume, é conhecido por produzir pedras especiais e coloridas. O país ocasionalmente descobre diamantes raros, como o diamante rosa encontrado em Minas Gerais em 2007, que foi leiloado por US$ 28,8 milhões em Genebra. Os diamantes extraídos pela Lipari são enviados para Antuérpia, uma cidade portuária na Bélgica.

Para estabelecer a mina subterrânea, a Lipari precisará fazer um investimento significativo, estimado em até US$ 10 milhões. A empresa está buscando recursos financeiros e contratou a ERG Securities LLC, uma subsidiária da ERG Capital Partners, para auxiliar na captação de US$ 25 milhões em investimentos.

Além disso, a Lipari está em processo de listagem na bolsa de valores TSX Venture Exchange, em Toronto, com o objetivo de expandir suas operações no Brasil e em outros projetos internacionais, como Angola e Canadá.

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