Gestão de Risco X Monitoramento Geotécnico

por Thiago Marques Teixeira em 30/Mar/2022
Gestão de Risco X Monitoramento Geotécnico

A gestão de risco por meio de diferentes metodologias procurará identificar os riscos geotécnicos aos quais o empreendimento mineral estará sujeito e quais as medidas preventivas e mitigadoras serão necessárias para cada cenário de evento possível.

O Bowtie é uma das formas de se organizar e compreender quais as causas de um evento indesejado (aquele com potencial de dano não aceitável na corporação) e quais as medidas preventivas e mitigadoras  necessárias.

Entretanto o momento em que uma determinada ação preventiva (medida preventiva) deverá entrar em operação será determinada pelos gatilhos, conhecidos na geotecnia como TARPS (Trigger Action Response Plans). Para que uma TARP seja considerada eficaz, esta deve equilibrar a atividade de produção com a segurança dos taludes, associada ao gerenciamento de riscos na mineração.

Existem muitos desafios ao se desenvolver uma TARP de fato eficiente, seja definindo os gatilhos adequados, como também estabelecendo os limites que estes façam sentido em termos de deformação do maciço do talude e assim forneçam respostas para áreas específicas dos taludes, Chapin & Abrahams, 2020.

As TARPS são acionadas quando um determinado índice de monitoramento é alcançado, seja por um nível d’água em um piezômetro ou mesmo a velocidade de deslocamento / deformação de uma determinada face de um talude que atinge um nível considerado crítico.

É nesse momento em que a pergunta sobre qual pode ser considerado o nível crítico vem a tona, entretanto essa pergunta não pode ser respondida de forma trivial apenas considerando uma pequena base de histórico de monitoramento ou mesmo percepções subjetivas do geotécnico (a), a menos que a indicação de criticidade seja latente e evidente da situação de perigo, porém nesse caso pode-se não haver tempo suficiente para a tomada de ações preventivas.

Pode-se dizer que a gestão de risco, como metodologia independente, responderá ao profissional / empresa um resultado do que foi seu “input”, ou seja, se são inseridas informações básicas e com pouco fundamento, o resultado será da mesma forma duvidoso, podendo incorrer em erros de interpretação. A união entre o monitoramento e a gestão de riscos geotécnicos é fundamental para o empreendimento, dessa forma todos os atores incluindo desde a pesquisa geotécnica, planejamento de mina, segurança do trabalho e governança devem possuir papeis bem definidos em prol da sustentabilidade geotécnica sem a qual a empresa pode incorrer em riscos inaceitáveis.

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Thiago Marques Teixeira

Thiago Teixeira é Geólogo (UFRJ), mestre em Engenharia Geotécnica (UFOP). É especialista em Desenvolvimento Mineral pela Fundação Gorceix – UFOP, Geotecnia e Modelagem Matemática. Com vasta experiência no desenvolvimento de projetos minerais Thiago sempre teve na infraestrutura, geologia e geotecnia a base de seus trabalhos, aliando o correto planejamento com um bom trabalho de campo. Já atuou coordenador de Geologia e Hidrogeologia de companhia de grande porte, Auditor Interno na ISO 14.001, fiscalizado diversos trabalhos de pesquisa mineral. Destaque no Congresso Mine Closure Solutions sobre as novas tecnologias no Monitoramento de Taludes. Participou de treinamentos na Itália sobre tecnologias de monitoramento de taludes.

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