Empilhamento de rejeito à seco: alternativa à disposição em barragens

por Instituto Minere em 10/Mar/2019
Empilhamento de rejeito à seco: alternativa à disposição em barragens

Após os recentes rompimentos de barragens no Brasil, tornou-se urgente a revisão do processo produtivo e as tecnologias empregadas na disposição dos rejeitos para as mineradoras que desejam evoluir de forma técnica, sustentável e socialmente responsável. 

Embora a barragem de rejeitos continue sendo utilizada no processo de mineração, ela não é a única escolha disponível. Uma das possibilidades é o empilhamento do rejeito à seco através do uso de tecnologias como o filtro prensa, que em alguns equipamentos, consegue o reaproveitamento de até 95% da água.

 

Custo Benefício e Equipamentos

 

No passado, as opções para tratamento do rejeito muitas vezes eram dispensadas porque consideram o custo de implantação alto, mas, com o histórico recente que temos de desastres, já podemos comprovar empiricamente a relação custo benefício de colocar a segurança em primeiro lugar. Em caso extremo de uma tragédia, o valor fica incalculável e incomparável a favor do empilhamento a seco.

O sistema de barragens não é de baixo custo. Existe um constante monitoramento.  Neste processo de barragem diversos profissionais são envolvidos, tendo grande responsabilidade na autorização, sendo ainda responsáveis pelas vidas envolvidas neste tipo de manejo. Existe ainda a preocupação com o passivo ambiental que estas barragens estão muito mais expostas.

O Sistema de Empilhamento a Seco é uma das alternativas que vem se provando mais viáveis aos empreendimentos, principalmente de tratamento de Minério de Ferro. Toda gama de rejeitos provenientes da mineração de ferro possui solução para filtração, onde a água é reutilizada no processo e o material compactado será destinado a empilhamento a seco, eliminando desta forma o sistema de barragem. Mas as tecnologias não estão disponíveis apenas para o minério de ferro. Também existem soluções muito similares para mineradoras que exploram minerais como zinco, cobre, chumbo, prata, alumínio, grafite, caulim, terras raras, etc.

Existem diferentes sistemas e equipamentos de filtragem em função de granulometria, quantidade de argilas, superfície específica. A configuração de cada planta depende de estudos iniciais e podem incluir filtro prensa, filtro hiperbárico, filtro esteira, filtro esteira à vácuo, espessadores e decanter.

São necessários estados de mecânica das rochas para uma escolha segura e ter o melhor custo benefício. Estas tecnologias sempre são apreciadas e selecionadas conforme o produto que estão sendo analisados.

O ESPESSADOR é um dos equipamentos que podem ser utilizados. Normalmente facilita todas as tecnologias empregadas, ele tem como objetivo principal a redução do número de equipamentos necessários e evita mudanças bruscas para a desidratação final. 

Imagem: Blog engdanielcaetano

Já o FILTRO-PRENSA, o diferencial em termos de resultado na filtração através desta tecnologia, é a utilização dos equipamentos tipo membrana – onde consegue melhor desidratação, além de não necessitar de adição de material estéril da mina.

Imagem: Site BRASFELT

Desentendendo do processo escolhido, pode-se acelerar o processo de filtração. Uma das maneiras é a utilização de sistema de adensamento, onde se concentra mais sólidos, buscando reduzir a quantidade de equipamentos para filtração. Normalmente nos espessadores mecânicos são utilizados polímeros que aceleram este processo.

 

Vale o investimento?

 

Antes de tudo, é muito importante estudos consistentes de mecânica das rochas para escolhas dos sistemas e equipamentos. Mas vale esse investimento? Se for economicamente viável ao projeto, claro que sim. Os prejuízos causados por multas, indenizações e embargos, como sabemos, vai muito além dos danos à própria empresa e grupos investidores, permeiam toda cadeia de produção, fornecedores, comunidades, municípios, estados, enfim, tudo o que está relacionado ao empreendimento.

A sociedade contemporânea ainda mantem padrões de consumo semelhante às últimas décadas do século XX, mas ao redor do mundo, especialmente no Brasil, não é possível conduzir projetos de mineração nos mesmos moldes praticados a 30 ou 40 anos atrás.

Fonte: Revista Minérios; Conexão Mineral

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